terça-feira, 17 de novembro de 2009

Acabei me perdendo, desculpem.

"O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família." (Mario Quintana)

Cerca de dez anos atrás, um mês levava meses para passar. Absolutamente nada acontecia. Não havia planos nem preocupações. Apenas nos preocupávamos com brincadeiras – ou com eventuais provas do ensino fundamental. O Natal? Esse sim era a maior expectativa do ano. Lembro como demorava até que as cigarras começassem a cantar!

Em meados de Novembro, olho para o calendário e percebo que não estamos mais em Maio! Hoje, o Natal já passou; estamos comemorando deus sabe o quê! Preocupações, estresses, dedicações... Tudo isso acelera o tempo, faz ele passar mais rápido. Enquanto o tempo passa, estamos preocupados em fazer tudo o pudermos – mesmo sendo raras as vezes em que realmente fazemos algo. Mudança do eixo de inclinação da Terra? Mudança na velocidade de rotação da Terra? Mudança no cosmo interior de cada um? Não, tudo isso é besteira. O que tem acontecido é que estamos sempre ocupados demais para ver o tempo passar. Não nos damos mais esse luxo. O Mundo não nos dá.

Quando mesmo foi que eu parei pra ver algo acontecer com calma? Qual foi a última flor que eu vi desabrochar? Nem mesmo as cigarras cantam mais.

domingo, 15 de novembro de 2009

Auto-piedade.

"(...) O encanto dos insultos impostos a si próprio está em saber até que ponto enfiar a faca e, com precisão cirúrgica, como evitar os nervos mais expostos. É um esporte tão inofensivo quanto tentar fazer cócegas em si mesmo. (...) Tão logo esses insultos se assomem à boca de outra pessoa, a censura anteriormente simpática desenvolve garras mais afiadas."(Alain de Botton)


No fundo, nos auto-ofendemos apenas para receber elogios. "Ah, você não é feio! Você até que é simpático!" HÁ! Que desgraça quando alguém recebe o adjetivo "simpático"! Seria preferível ter mantido o auto-insulto para si mesmo.

Mas aí me chega a dúvida: por que temos a necessidade absurda de receber elogios? [opinem] Talvez o fato de estarmos cada vez nos distanciando mais e mais seja um motivo. São escassas as relações "olho a olho" hoje em dia. De fato, a tecnologia aumentou muito o contado com o mundo, por outro lado reduziu o contado físico. Falando com nossos amigos/contatos, não sabemos suas reações EXATAS. O contato visual é, na minha humilde opinião, o mais importante. Com ele, podemos sentir o que a pessoa pensa. É muito fácil esconder um sentimento na frente da tela do computador ou numa carta. Quando estamos cara a cara, deixamos transparecer grande parte do que se passa nos nossos pensamentos. Decepção, agonia, vontade, alegria, surpresa.

Se me permitem, minha dica é a seguinte: tente conhecer pessoalmente todos com quem você se relaciona. Olhe FUNDO nos olhos dessa pessoa. Sinta o que ela estiver sentindo. Não continue se iludindo com um sentimento que você ACHA que a pessoa pode ter. Tenha certeza de tudo. Caso seja a pessoa mais importante da sua vida, faça o que estiver ao seu alcance para encontrá-la. Não deixe que nada acabe antes de encontrá-la. Sinta ela! Encontre-a, custe o que custar. Burle as regras, desfaça-se de coisas que você apenas acha que são importantes, viaje o mundo, mas faça! Não deixe que nada lhe escape. Nada.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Hiroshima's Rose

Coisas boas têm acontecido no meio do turbilhão. Será que tudo tá indo pro seu lugar?

Há algumas semanas tive um conversa séria com uma amiga sobre o modo de vida que ela levava. Não esperava que ela fosse me escutar, uma vez que eu já tinha tentado conversar várias vezes antes. Para a minha surpresa, um amigo que tenho em comum com ela veio me falar hoje que ela falou com ele sobre o jeito que ela tratava ele. Disse que não valia a pena aquilo. A minha conversa funcionou? Tomara!

Mas nem tudo ainda é flor. Ontem aconteceu uma coisa bastante chata [da minha parte, exclusivamente]. O resultado? Incomodação. Parte dos nossos atos é impulsiva, vem por, digamos, "instinto". A outra parte, maior que a primeira, deve ser controlada por nós. Em outras palavras: não podemos controlar nossos sentimentos, mas devemos controlar os nossos atos. Dever que tenho muito dificuldade em cumprir, diga-se de passagem. Porém ["Nunca comece um período com 'porém'", diria a professora de português], todavia, no entaaanto... Essa 'falta' atinge diretamente outras pessoas. [e a idéia se perde aqui]