domingo, 25 de abril de 2010

Lembranças daquele tempo que passou.

Toda arte é imoral.
Todos seres normatizam a sua moral e fazem dela um escudo social.
Atravessamos portas cegas...
Quando vemos, já é tarde demais...
Não para os jovens, sempre tão irreverentes e ousados. Pena que estão velhos o suficiente para impor seus sonhos.
Seus pseudo-sonhos apoteóticos...
Cristalinos, nesse mundo de iguais
Nenhuma porta será aberta enquanto todos esconderem as chaves.
A secreta chave do individualismo, da mesquinharia, da exata noção “o que eu tenho a ver com isso?”.
E o que me interessa tuas dores? Existo dor maior ou menor. Existe dor.
Não, ainda não acabou. Somos frutos da elite que pensa, da geração pós tomada de atitude, por isso espreitamos nossas vidas na tela do computador. E pagamos o nosso preço.
Querem falar de conflito! Ouçam as vozes dos corredores de qualquer lugar. Estaremos lá, fechando portas.
Mas e o sonho de um país melhor... O sonho da juventude alegre e cheia de luz?
Sem comentários. Vou ler a sessão de esportes e ver no senado, quem ficou com quem e quem será a nova garota da playboy.
O assunto está se tornando grave, muito grave. Ah! Sim. Então, mudemos o foco. O homem é superior a tudo, até a si próprio – é capaz de jogar seu feto em um esgoto para que morra, depois, num caixãozinho branco, pequeno, enterrado em meia vala. Algumas crianças gostariam de ter animais como pais.
Mas isso ainda não me toca. Não sou cruel, pago minhas contas e gerencio meus conflitos. O Planeta é uma bola azul. Por enquanto...
Mas isso não define o desconforto. Incomodada ficava a tua vó! Agora os novos absorventes são eficazes. iPods revolucionários gravam a música do mundo, mas não sabem silenciar.
Quem precisa de silêncio? Ouço as vozes da minha cabeça, e elas me dizem que preciso ser igual.
Então que seja, na súmula, na símile, na imitação de todos e de nenhum. Meu estilo... Nenhum estilo!
Tudo que penso de forma fantástica já foi feito por algum grande pensador. Então me desafio a ser eu mesmo.
Nossas teorias estão ficando cada vez mais pessimistas, quase um agouro terrível.
Somos ainda a chamada ”geração coca-cola”. Que bom que fosse, pois o índice de alcoolismo cresce vertiginosamente entre os adolescentes.
Onde estão os revolucionários implacáveis e lutadores pelo bem comum? Em algum poema de um poeta degredado, esquecido, pois a leitura é difícil e a unanimidade é burra!
Não somos, nem queremos ser a voz da verdade. A verdade é uma teoria filosófica. Somos mensageiros dos nossos dramas, os mesmos comuns e mundanos, os mesmos que convivem com gente no café-da-manhã, na ausência do bom-dia, no diz-que-diz-que fofoqueiro, na falta da humildade ululante. Desculpem. Era pra ser um poema bonito com rimas emparelhadas, mas nosso tempo já não suporta frases feitas, nem discursos retóricos.
Fiquemos a olhar as imagens que talvez não signifiquem nada para alguns, mas para poucos... Pode suscitar reflexão. Então, cumprimos nosso dever de casa.